9/14/2020

Entrevista Especial: Legend - Metal Galaxy (Tradução Pt-BR)

 Entrevista Especial: Legend - Metal Galaxy


E: Entrevistador Yohsuke Hayakawa

SU: SU-METAL

MOA: MOAMETAL

Tradução: @diomatsz


E: Como foram os dois dias do show METAL GALAXY WORLD TOUR IN JAPAN EXTRA SHOW LEGEND - METAL GALAXY para vocês?


MOA: A elaboração dos shows foi super cheia e quatro músicas foram apresentadas pela primeira vez. Eu mesma fico surpresa em termos conseguido fazer tudo aquilo (risos).


E: Hahaha, quer dizer que você descobriu sua grande capacidade. 


MOA: Exatamente. Já fazia um tempo que estávamos preparando aquelas quatro músicas e fiquei feliz em finalmente poder apresentá-las. Todas as músicas do METAL GALAXY são diferentes, por isso a forma de cantar da SU-METAL e os movimentos das danças são completamente diferentes em cada música. Queríamos muito mostrar isso para o público e para isso corremos com ensaios após ensaios ajustando os detalhes até o dia do show.


E: Entendo, tudo isso foi necessário para alcançar aquele nível de qualidade. E como foi para você, SU-METAL?


SU: Eu me concentrei no ensaio das músicas novas. Tive que pensar muito na forma de apresentar cada música tendo em conta os aspectos únicos que cada uma possui. Tivemos que considerar também não só a apresentação da MOAMETAL, mas também o estilo de dança de cada uma das três membros de apoio. Analisamos a característica de cada uma delas e nos ajustamos para que tudo se encaixasse bem. Isso foi um ótimo estímulo que nos deu forças para amadurecermos. Estou muito grata a todas elas. Acho que também foi uma surpresa para o público ver elas fazendo tudo aquilo.


E: Com certeza (risos).


SU: (risos) Não esperava para ver as reações do pessoal. Também tínhamos o objetivo de diferenciar os dois dias o máximo possível. Soltar toda essa variedade de dentro de mim mesma foi uma das tarefas mais difíceis.


E: Foi um conteúdo de luxo especial para aqueles dois dias.


SU: Por isso também havia um sentimento de tristeza. Os ensaios foram super densos, e por isso durante o show eu pensava “ah... essa música nunca mais será apresentada desta maneira...” É claro que eu estava empolgada com as apresentações, mas ao mesmo tempo havia um sentimento de tristeza.


E: Talvez seja aquilo que chamamos de beleza momentânea. Além das Avengers também teve a banda dos deuses orientais e ocidentais. Creio que houve muita coisa para ensaiar.


MOA: Para que tudo ocorresse bem tivemos que ensaiar muito, ensaiar até demais (risos). Eu tive que me combinar com todas as três membros de apoio e memorizar o triplo de detalhes que cada uma estava encarregada. Todas elas possuem estilos de danças diferente aos meus e por isso tivemos que analisar vários detalhes para criarmos harmonia nas apresentações.


E: Uau, então houve muito trabalho que nem podemos imaginar por trás de todas aquelas apresentações.


MOA: Sim. Somos do tipo que não mostra o processo exaustivo (risos). Além disso, sabemos como transformar tudo isso em diversão em cima do palco.


E: No primeiro dia “Brand New Day” foi apresentado pela primeira vez. Durante a gravação do CD acredito que foi um desafio cantar de uma forma mais relaxada.


SU: Sim. Mas como já havíamos gravado, foi fácil de criar a imagem da música para a apresentação. Ao incluir a dança pudemos concretizar essa imagem no formato apropriado para ela.


E: A produção com as silhuetas e a dança com toques de elegância foram bem marcantes.


SU: É como se a coreografia da MIKIKOMETAL captasse os sons da música. Acredito que ela cria os passos dessa forma e isso facilita bastante o meu lado como cantora.


MOA: A coreografia dessa música foi uma novidade para mim. Eu nunca havia dançado com movimentos e paradas tão delicados. Como as músicas da BABYMETAL são bem metal (risos) os movimentos da dança também são focados em ritmos mais rápidos. Mas no “Brand New Day” o estilo da música é totalmente diferente e mesmo antes de entrarmos na coreografia já sentia que seria algo novo. Quando subimos no palco para ensaiar a apresentação com as silhuetas, me surpreendi com o quão bonito estava sendo a produção. A apresentação ficou naquele formato devido ao tamanho do palco do Makuhari, mas espero que no próximo show a música não seja focada na silhueta para que o público possa observar todos os detalhes da coreografia, como as diferenças dos movimentos entre o primeiro e o segundo verso de acordo com a letra da música.


E: Dessa maneira teremos uma impressão diferente da música?


MOA: Acredito que dará uma impressão totalmente diferente. Por isso quero apresentá-la em uma casa de show também.


E: O que vocês tem acharam do “Oh! MAJINAI” que causou um impacto enorme com o efeito-Joakim?


SU: Desde a gravação do CD sabíamos que era uma música divertida. É aquela música bem estilo BABYMETAL cheia de elementos que provocam a reação “o que que é isso!?”. Desde o início foi a música que mais me deixou empolgada e curiosa em saber como seria a apresentação com a coreografia e qual seria a reação da platéia ao apresentá-la no palco. E então, o resultado foi como eu esperava (risos). A coreografia é kawaii, mas um kawaii cômico que representa bem o estilo BABYMETAL. Mas, por outro lado, os movimentos são super difíceis e acredito que isso deixa a música mais atraente. Nós havíamos conversado sobre como faríamos a apresentação dela e decidimos que seria como um livro ilustrado para crianças, onde apareceriam vários personagens…… e o atemorizante Joakim-san (risos). Achei engraçado esse contraste e tinha certeza de que isso causaria risadas no show. E assim como esperávamos, o impacto do Joakim-san foi imenso (risos).


MOA: Aquilo foi um choque mesmo para nós. Durante a música vocês nem precisam prestar atenção na gente, olhem para o Joakim-san (risos).


E: Eu acabei hipnotizado pelos telões e levei um tempo até minha consciência voltar a olhar para a BABYMETAL.


MOA: Me disseram que o Joakim-san estava tão grande que não dava para saber onde nós estávamos.


SU: Após o show, muitos me disseram que não conseguiram ver a coreografia direito. Falamos entre nós que nessa música somos apenas as back dancers do Joakim-san (risos).


E: Hahaha, aquela dança é tão bonitinha mas a dificuldade deve ser muito grande, não é?


SU: Exatamente. Aqueles pequenos movimentos podem parecer engraçadinhos mas são bem difíceis de executar.


MOA: Uma das dificuldades foi combinar com o estilo da música folk-metal. Principalmente o movimento dos pés são bem complicados. Todas precisam estar em sintonia, porque um erro pode acabar derrubando as outras. No fim dos shows, as pontas dos pés sempre saiam machucados.


E: Não imaginava que fosse tão desgastante assim! Na coreografia tem até uma combinação de passos para trás.


MOA: Fazer coisas difíceis parecerem fáceis é a nossa política (risos). Fazemos tudo com expressões de facilidade.


E: Há muito treinamento por trás do “bonitinho”.


MOA: Sim. No meu caso, eu era sempre a que tinha que girar virada de costas. Ser responsável por aquela posição foi uma pressão e tanto. A força de união entre nós foi muito importante porque eu tinha que acreditar nas duas e deixar meu corpo ser levado por elas mantendo o equilíbrio até terminar a volta.


SU: Na estréia das músicas o clima do show é mais caótico, onde podemos ver aquelas pessoas sorrindo, aquelas que já cantam com a gente e tal. Acho que isso é um ponto de diversão das músicas da BABYMETAL e isso me fez gostar ainda mais dessa música.


E: De qualquer forma, se olharmos para o Joakim, acabaremos perdendo a apresentação de vocês.


MOA: Tem muita coisa para observar nessa música….. Mas no fundo eu quero que o público veja a nossa dança também (risos).


E: Eu me encarrego de divulgar seu desejo (risos).


E: Agora falaremos sobre “Night Night Burn!”. O canto e a dança  passional combinou bem com o som da percussão latina, deu até para sentir o clima do show esquentar.


SU: Todas as coreografias das músicas novas foram desafiantes, o jeito de cantar e o clima da maioria das músicas também não eram nada parecidas com o que a BABYMETAL veio fazendo. Mesmo sem nunca termos feito algo com elementos latinos, como princípio inicial da BABYMETAL, tivemos que estudar sobre diversas formas de como aplicá-los.


MOA: Bem, a versão original dessa música já havia sido produzida há um bom tempo, e ela era super kawaii nessa época. Agora ela possui o título inglês “Night Night Burn!” mas no início ela era como uma música baseada em canções infantis. Assim que a  BABYMETAL foi evoluindo durante a turnê mundial a música acabou se transformando para o estilo latino, mas eu nunca imaginei que isso iria acontecer.


E: Então a música renasceu de uma forma mais adulta.


SU: Acredito que sim. Nesse dia “Night Night Burn!” foi logo após “Megitsune”, e senti que essa sequência se encaixaria perfeitamente. Dentro de mim a concepção dessas duas músicas são similares, sendo “Megitsune” a versão japonesa e “Night Night Burn!” a versão latina. É como se “Megitsune” tivesse crescido ao atravessar diversos países e então chegado em terras desconhecidas…… Essa é a impressão que tenho sobre “Night Night Burn!”.


E: Interessante.


SU: Mesmo em “Megitsune” existem várias histórias dentro da música, e sempre penso em como cantar de forma que possa mostrar uma parte mais adulta que existe dentro de mim.

Em “Night Night Burn!” também quero mostrar o lado mais adulto e feminino da BABYMETAL, por isso analisamos e fizemos o possível para aplicar esses elementos durante a apresentação. Por outro lado, a parte de “call and response” é bem kawaii, fácil de pegar o ritmo e é onde podemos todos cantar juntos. Mas por ser uma música que todos podem se divertir entrando no clima, o nosso desafio foi como mostrar os detalhes da apresentação e criar um contraste. Com certeza essa é uma música divertida, mas em cima do palco acredito que minha posição não é só de se divertir, pois preciso ter a consciência de como mostrar a essência de cada música.


E: E você MOAMETAL, quais são os seus pensamentos sobre esse tipo de música?


MOA: Tivemos que pesquisar muito sobre a coreografia passional dessa música. Assistimos diversos vídeos para analisar os movimentos dos pés, as posições, ângulos e altura das mãos característicos do estilo. Nós chamamos os traços corporais criados pela MIKIKOMETAL de “Mikiko Line”, e passamos muito tempo analisando sobre como apresentar esses traços de forma elegante e feminina.


E: Agora quero assistir o show novamente com tudo isso que vocês disseram em mente. Agora falaremos sobre o segundo dia, a reação à introdução do “BxMxC” mostrou que todos estavam aguardando por esse momento. A parte do flow da SU-METAL criou um clima de euforia excepcional.


SU: Naquele momento a platéia estava bem próxima a mim. O palco estava movido para frente e eu abaixada. Como eu fiquei de cara com a platéia pude sentir a reação na pele. Aqueles “ohh…!!” devem ter saído sem querer (risos).


MOA: (risadinhas)


E: (risos) Foram sentimentos que acabaram escapando para fora.


SU: Fiquei feliz com isso. Como posso dizer, foi como ter movido as pessoas através do sentimento. Até o momento daquela apresentação eu mesma não sabia se estava fazendo certo. Ficava praticando e pensando em como apresentar de uma forma bem-feita, e como resultado cheguei àquele estilo que comoveu a platéia. Quando percebi que havia atingido o coração das pessoas fiquei muito feliz, e, bem…… Não pude evitar minha expressão de satisfação (risos).


E: (risos)


SU: (risos) Na introdução da música foi possível sentir que a temperatura do ambiente havia aumentado instantâneamente. Junto com aquela camada de som tive a impressão de que o coração da platéia estava vindo para cima com tudo. Fiquei muito emocionada com todo aquele poder unido.


E: Há um tempo atrás vocês haviam dito que não conseguiam imaginar como seria a dança, mas pude ver que foi elaborada com movimentos dinâmicos e com uma pitada de insanidade.


MOA: É realmente uma coreografia interessante né? (risos) O álbum METAL GALAXY é repleto de músicas difíceis. Especialmente músicas como a “BxMxC”, qual tivemos que incluir movimentos do hiphop pela primeira vez…… A música em si é curta né?


SU: É, não é tão comprida.


MOA: Ela é curta mas está cheia de elementos. Foi muito divertido apresentá-la ao público, e mais do que isso, através dos ensaios pude conhecer o encanto da SU-METAL nesta música. Portanto fiquei muito contente em finalmente ter levado isso ao público. Eu também pude me aproximar da plateia indo até a ponta da passarela e sentir a reação do pessoal bem de perto. Foi uma experiência interessante onde pude ouvir suspiros no meio dos gritos, e isso foi legal porque para mim foi como se estivesse escutando as vozes que estavam escapando do fundo do coração das pessoas.


E: Além disso “Headbanger” desse dia foi mais estrondoso do que nunca...


MOA: …… Nós fizemos algo de especial em “Headbanger”??


E: (risos) Bem, na metade da música vocês prolongaram a parte de exigências ao público, com seus olhos afiados penetrando em todo mundo.


MOA: Aah!! (risos) Aquilo foi uma satisfação e tanto. Ordenar todo mundo a se sentar lá de cima.


E: Ela é uma das músicas do período inicial da BABYMETAL mas me deu a impressão de ter sido uma versão mais madura de “Headbanger”.


MOA: Sim, nós chegamos a discutir sobre como torná-la mais adulta, e também como manter alguns toques infantis. Aquela versão foi o resultado dessas ideias.


 SU: Ultimamente a platéia tem o costume peculiar de fazer o “dogeza-headbang” durante a apresentação de “Headbanger” e minha forma de cantar também vem mudando através de todo esse tempo. No início eu tinha a imagem de uma garotinha correndo com todas as suas forças, mas agora sinto que minha posição é como estar no topo dos servidores dos deuses, uma espécie de *“soberana” (risos).
[*no texto original, SU-METAL usou o termo “nushi” = 主 que também pode ser interpretado como dona / dominadora / chefe ]


E: É assim que chegamos a imagem de você erguendo o cabo do microfone e rebaixando o olhar para o mundo dos mortais.


SU: Quando eu estava pensando em como agir naquela parte, tive a sorte de ter a platéia se divertindo fazendo headbang e isso acabou criando aquela imagem que agora se tornou uma das atrações do show da BABYMETAL. Eu mesma também estou me divertindo nessa minha posição.


E: Agora sobre um outro detalhe, durante “Kagerou” a MOAMETAL faz um gesto discreto mas provocativo de “quero mais” com as mãos. Achei aquela atitude super legal.


MOA: Hã, sério? (risos) Nós temos apresentado essa música durante toda a turnê mundial, por isso acho que ela é mais fácil de incorporar e meu corpo também entra em sintonia com mais facilidade.


E: Você quer dizer que aquele gesto surgiu de forma natural?


MOA: Sim, eu realmente estava pensando “não é o bastante, quero mais!!” e acredito que esse sentimento acabou se manifestando daquela maneira.


E: Na parte final do segundo dia “Starlight”, “Shine” e “Arkadia” foram apresentados em sequência. Ouvindo elas como um conjunto despertou muitos sentimentos dentro de mim.


SU-METAL: Essa parte foi como uma resumo do que aconteceu naquele período de um ano. “Starlight” foi lançado logo após o anúncio da saída da YUIMETAL e seis meses depois apresentamos  “Arkadia”. Nessa época estávamos seguindo em frente decididas em atravessar novos caminhos. A primeira vez que apresentamos “Shine” foi no show de 2019 em Nagoya (BABYMETAL ARISES - BEYOND THE MOON - LEGEND - M -), onde somente nós duas, eu e MOAMETAL, estávamos no palco. Até hoje não me esqueço daquela apresentação de “Shine”. Como posso dizer… Naquele momento não estávamos de mãos dadas literalmente, mas é como se estivéssemos segurando a mão de cada uma, mostrando que seríamos capaz de seguir em frente…… Entre eu e MOAMETAL já existe algo que não é possível ver com os olhos.


MOAMETAL: (Concorda com a cabeça e sorriso no rosto)


SU: Não sei como explicar direito mas, eu sinto esse “algo” com uma intensidade muito forte. Nós tomamos nossa decisão naquela época e decidimos recomeçar…… E agora que pudemos apresentar essas músicas ao nosso público, tudo isso me fez pensar em muitas coisas durante a apresentação. De certa maneira isso pode ter sido a coletânea de tudo que a BABYMETAL podia oferecer, ou apenas um início, ou algo inexplicável que não se encaixa nessa dimensão. Não sei dizer ao certo, mas tínhamos em mente que essa seria uma de nossas obras-primas, e ao mesmo tempo, a imagem da nossa determinação.


E: Certamente pudemos sentir isso.


MOA: Agora voltando a analisar àquele repertório, realmente posso sentir o peso…… Havia vários sentimentos ali dentro. Acho que seria possível escrever um livro inteiro só com isso. Nós colocamos muitos dos nossos sentimentos nessas três músicas, queríamos transmitir a determinação de SU-METAL e MOAMETAL e mostrar o futuro da BABYMETAL, que sentissem esse calor que há dentro de nós. Eu mesma estava sentindo esse sentimento crescendo dentro de mim.


E: Eu achava que aquilo era o clímax do show e que já estávamos encerrando o dia.


SU e MOA: (risadinhas)


E: Como podia imaginar que fechariam com “Ijime Dame Zettai” após o afastamento de dois anos e um mês da música. Vocês acharam que essa seria a melhor oportunidade?

 

SU: Sim, ela é uma música muito importante para nós e também gostamos muito dela. Acredito que o público também a aguardava e eu mesma senti pura diversão ao trazê-la de volta. E além disso tivemos as cinco integrantes e as duas bandas…… Durante “Road of Resistance” do dia anterior também foi assim, mas para mim, unir as bandas do oriente e a do ocidente era uma coisa imaginável. O fato de que estávamos realizando um show daqueles já me deixava feliz. Mas o que mais me impressionou foi a reação da plateia. Acredito que havia diferentes tipos de emoções lá dentro, pude sentir o calor fora do comum e sinto que tudo aquilo foi a expressão dos sentimentos e da história que se acumularam durante esses dois anos. 


E: Aquilo foi um impacto e tanto…… Eu não sabia nem para onde olhar MOAMETAL.


MOA: (risos) Entendo, era muita informação para processar. Mas a reação do público foi como havíamos planejado (risos). Foi um período de dois anos e um mês desde a última apresentação em Hiroshima (Legend - S). Uns dias antes eu havia assistido a esse show na transmissão do YouTube, então ao pensar que aquela foi a última vez, realmente tive a sensação de que fizemos o público esperar demais…… Mas, bem, foi tudo conforme planejado (risos).


E: Caí completamente na armação de vocês (risos). Agora que os vídeos oficiais do show de Makuhari ficaram prontos, me diga o que vocês acharam de assisti-los do ponto de vista da audiência.


MOA: Primeiramente me fez pensar na turnê do Metal Resistance Episódio 8, que começou no Japão, depois fomos para os Estados Unidos, fizemos o show de arena no THE FORUM em Los Angeles…… Foi muito duro completar todos os shows com um corpo só…… Quero mandar um “você é demais” para mim mesma (risos). Por exemplo, no caso das avengers, a condição física e energia de cada uma eram examinadas cada dia, e assim decidíamos quem participaria do show. Mas no caso de SU-METAL e eu, obviamente tínhamos que subir ao palco em todos os shows, não havia escapatória. Não podíamos usar nossa condição física como desculpas…… Porque nós somos a BABYMETAL. Todos os dias eu tinha em mente que era meu dever me apresentar com todas as forças e excelência. Mesmo com o cansaço acumulado, em cima do palco eu tinha que acompanhar o dinamismo das avengers aproveitando a personalidade de cada uma sem restringir a minha, e fazer com que nossa dança com a avenger incorporasse a BABYMETAL. Agora recapitulando, me fez pensar que foi realmente um trabalho duro (risos).


E: Uau… Não imaginei que vocês tiveram que enfrentar uma turnê tão desgastante até chegarem ao palco de Makuhari.


MOA: Quando pequenas, a coreografia da BABYMETAL era movida à energia, animação e ao impulso. Mas agora que adquirimos conhecimento sobre a arte da música através da experiência e do desenvolvimento, especialmente após completar meus 20 anos de idade, passei a me concentrar em como performar de forma natural com toques mais elegantes e femininos. Assim como na frase japonesa “perseverança é força”, toda a minha dedicação contínua a dança me trouxe forças e confiança. Após superarmos tantos desafios, pude me manter firme e forte tanto no lado físico quanto no lado psicológico nos dois dias de show no Makuhari Messe. Essa força é um detalhe a mais que gostaria de chamar a atenção. 


E: Com certeza é um detalhe que não podemos deixar escapar. E você, SU-METAL, o que tem a nos dizer?


SU: Essa foi a primeira vez que utilizamos telões de tamanha escala em um show da BABYMETAL. É claro que demos tudo de nós na dança e na música, mas esse tipo de produção também é um detalhe divertido que faz parte do mundo da BABYMETAL. Além disso, entre o primeiro e o segundo dia também tivemos um contraste visível da “kawaii BABYMETAL” e “cool BABYMETAL” onde incorporamos no show o que vínhamos dizendo todo esse tempo. Foi como se fosse um filme…… Uma vez achei interessante que um auxiliar dos Estados Unidos me disse que o show da BABYMETAL é parecido com uma apresentação de Kabuki. Ou seja, é possível se divertir com a apresentação ao vivo, mas também com a coreografia, com as expressões faciais e outros detalhes. Existem várias maneiras de se divertir e também ver tudo isso como uma narração. Acredito que este show ampliou ainda mais as possibilidades da BABYMETAL.


E: É verdade, ficamos concentrados no palco como quando estamos assistindo a um seriado de TV.


SU: Eu mesma tive uma sensação especial ao assistir. É uma sensação inexplicável, ver as imagens e pensar “sou eu mesma que estava lá”. Durante o show, quando os telões criavam as imagens de fundo eu tinha a sensação de estar em outro mundo.


E: Não só a platéia, mas vocês também sentiram isso de cima do palco.


SU: Sim. E agora que o mundo inteiro está passando por esta situação, fico imaginando quando poderemos voltar a realizar um show “all standing” como esse. Nós já realizamos shows em diversas arenas, mas o Makuhari Messe deve ser o único local que nos possibilita a fazer um show daquela magnitude com o público inteiro levantado. Os mosh que surgem naquele ambiente não nascem em outros locais. E é nesse tipo de fenômeno que sinto o espírito metaleiro. A gravação desse show se tornou uma obra recheada repleta de elementos como esses.


E: Acredito que esse foi um show cheio de diversidade que somente o time da atual BABYMETAL, que está completando 10 anos de formação este ano, poderia criar.


MOA: Eu e SU-METAL estamos juntas há 10 anos, não sei dizer desde quando, mas há vários momentos que sinto que nossos corações estão conectados. No começo do Episódio 8, as avengers e a banda ocidental se uniram conosco para nos apoiar, mas não havia como não sentir uma certa distância emocional entre nós no início. Mas essa distância foi diminuindo durante a turnê e da mesma maneira estávamos aprimorando a performance. Por isso, ao comparar com o show do Yokohama Arena, o show no Makuhari Messe foi uma apresentação mais unida onde nossos corações e nossas forças estavam mais unidos. Nós superamos muitos shows com esse time lutando muito. E tudo isso criou laços entre nós no show do Makuhari caracterizando bem o Episódio 8. Espero que esses laços do “Time BABYMETAL” sejam sentidos pelos corações de todos. Esse também é um ponto que merece atenção. Espero que se divirtam com os olhos e ouvidos, e também, que sintam com o coração.


SU: Falando sobre time, as apresentações de “Road of Resistance” e “Ijime Dame Zettai” se tornaram possíveis para a BABYMETAL atual graças a todo o caminho percorrido até então. Viajamos diversos países, nos encontramos com vários companheiros e nos conectamos com as pessoas que conhecemos…… É assim que o mundo da BABYMETAL vai nascendo. Desta vez encontramos novos parceiros de jornada e aquele show foi o resultado de tudo o que a BABYMETAL vivenciou, e com certeza, foi a maior apresentação que pudemos proporcionar naquele momento.


E: Concordo com você. Bem, a conversa está muito boa mas……


MOA: Ah, me lembrei do tinha a dizer sobre as imagens do show!!


E: Vá em frente!!


MOA: O dogeza-headbang foi super divertido. Ao assistir pensei “o que que estou fazendo??” comigo mesma (risos). Naquele momento meu desejo era que todos se abaixassem, mas ao mesmo tempo pensava “se eu estivesse no lugar da platéia eu preferiria ficar olhando direito para o palco” (risos). Havia conflitos de muitos sentimentos, mas acho que deveria ter exigido com mais intensidade (risos). Portanto, deixo claro que na próxima vez irei com a mentalidade “ouçam minhas palavras!!” e espero que todos me obedeçam. Desobediência, DAME, ZETTAI...


E: Entendido (risos). Novamente tive aquela preocupação se será possível fazer um show melhor do que esse…… Mas vocês sempre se superaram e tenho certeza que continuarão assim.


MOA: Fique na expectativa (risos).


SU: Aumentando as expectativas mais uma vez (risos).


MOA: Pois é, vão aumentando. É sempre assim.


E: Mas são vocês mesmas que tomam a iniciativa de aumentar (risos).


MOA: Isso é verdade, não há como nos conter!!



Tradução (Pt-BR): @diomatsz


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